Viajar com um bebé – é possível? As nossas 10 dicas

Sabem aquela sensação ao final de 2, 3, 7 dias de viagem de termos já vivido 1 ou 2 meses da nossa vida inteira? Esta intensidade de vivências e estímulos é transversal a miúdos e graúdos. É certo que o nosso bebé (na sua idade actual) não se vai lembrar das paisagens paradisíacas que vimos ou das peripécias que vivemos mas acreditamos genuinamente que estes estímulos, em todas as suas dimensões, são o melhor que lhe podemos dar. Imaginem o que é para o bebé poder explorar todo um mundo novo permanentemente ladeado do seu porto seguro que são os seus pais/mãe/pai? Sempre que viajamos sentimos que o nosso bebé tem picos de desenvolvimento psicomotor notórios… curioso, não? Recentemente lemos um artigo que explora muito bem os benefícios da viagem para o bebé/criança, pelo que se tiverem um bocadinho aconselhamos a leitura: https://www.travelandleisure.com/trip-ideas/family-vacations/aspen-family-vacation-tips

À data que escrevemos este artigo o nosso pequenino tem 13 meses (quase nos 14). Desde os 2 meses de idade que começámos a viajar com ele e quisemos dar-lhe este tipo de vivências. Inicialmente em escapadinhas de fim-de-semana “não muito longe de casa” e depois progressivamente de uma forma mais aventureira e para mais longe. Aos 2 meses de idade fomos para Castelo Branco (a cerca de 200km de distância), aos 5 meses para os Picos da Europa (a cerca de 800km), aos 12 meses para os Açores (ok, este a vários milhares de kms e com viagem de avião incluída). Fizemos uma adaptação progressiva e sempre respeitando os tempos e a dinâmica da rotina dele, com algumas adaptações.

Queremos com este artigo deixar-vos algumas dicas que temos posto em prática nas nossas viagens. Estas foram ideias-chave que nos têm guiado e funcionado muito bem connosco e com o nosso bebé, obviamente são apenas ideias e devem ser adaptadas não só ao bebé, como aos pais e restante dinâmica familiar.  

1. Bom estudo prévio: começamos por aqui porque é de facto uma das primeiras coisas que fazemos sempre. Já o fazíamos quando éramos dois, agora a “dois e meio” ainda mais. Fazer uma boa prospeção antes da viagem, percebendo os potenciais dificuldades, é fundamental. Teremos à disposição os recursos necessários? É um destino apropriado para o nosso bebé? (por exemplo: se estamos a pensar ir para o país “X” mas nessa altura está a haver um surto de uma doença, provavelmente vamos optar por outro destino…). Estamos confortáveis com o destino tendo em conta a fase de vida em que o nosso bebé está? Quanto melhor for a preparação mais tranquila será a viagem, não tenham dúvidas;

2. Alimentação: se o bebé ainda estiver a mamar têm a logística MUITO facilitada. Se estiver ainda com leite adaptado, também nada que um termo não ajude. Organização e antecipação aqui são a chave. No caso de já estarem em fase introdução alimentação (como foi o caso nas nossas últimas viagens), sugerimos um utensílio tão simples e barato quanto um esmagador. Se no destino tiverem disponível uma cozinha e optarem por cozinhar uma sopa rápida este simples utensílio pode dar muito jeito, já que não é incomum algumas cozinhas não estarem totalmente equipadas. Outra regra de ouro para nós: andar sempre com fruta, pão, tostas ou outro alimento que facilite os lanches e snacks, não esquecendo a água;

3. Ter sempre à mão 2 ou 3 brinquedos favoritos e portáteis para andar na mochila (livros, puzzles…);

4. Coincidir o horário das sestas; Ajustar algumas actividades de viagem mais demoradas em horários de sesta (caso eles ainda não estejam em idade de poder participar activamente). No caso das viagens de carro mais longas ou de avião tentámos ao máximo aplicar esta ideia e funcionou muito bem;

5. Babywearing – somos fãs! O nosso pequenino adora e nós também; em contexto de viagem é elemento-chave; optámos por um pano semi-elástico (da Boba) nos primeiros meses de vida e uma mochila Ergonómica (Ergobaby Omni 360) a partir dos 6 meses sensivelmente; é talvez dos melhores investimentos que fizemos e hoje voltaríamos a fazer igual, sem qualquer dúvida. Seja para trilhos, aeroporto, barco, cidade, campo….não viajamos sem ele e até hoje temos sempre optado por dispensar o carrinho em detrimento da mochila ergonómica precisamente pela portabilidade;

6. Levar um kit de farmácia básica do bebé (e para os pais), adaptando-a ao destino em causa;

7. Cartão Europeu de Saúde/Seguro de saúde: na Europa não esquecer o Cartão Europeu de Saúde que é grátis e pode ser uma valiosa ajuda; dentro ou fora da Europa o Seguro de Saúde pode ser fundamental;

8. “Descomplicar”: é mesmo necessário levar tanta coisa? O item “x” ou “y” vai fazer mesmo falta? Há coisas que não poderão certamente ser esquecidas mas simplificar ao máximo pode tornar a viagem muito mais prazerosa (um exemplo perfeito aqui é o Babywearing);

9. Flexibilidade é a palavra de ordem: “ler o bebé” e ter sempre um plano B ou C, partindo sempre da premissa que o roteiro pode ser flexível e a adaptação deve ser mútua; em boa verdade vão descobrir que eles adaptam-se muito mais a nós do que inicialmente pensavam;

10 . Vão sem expectativas e aproveitem cada instante desta viagem, seja ela pequena ou grande, certamente proporcionará momentos únicos em família e que não nos deixam voltar da mesma forma;

Bem-vindos a uma nova forma de viajar! Mais cansativa, mais intensa, com alguma logística a mais, mas, na nossa opinião, mais completa, especial e memorável!

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.