Como já lemos algures, cada viagem começa no primeiro passo que temos a ousadia de dar. E foi essa ousadia e sede de aventuras que nos fez escolher a Estrada Nacional 2 (N2) para partir em viagem. Talvez um pouco movidos pela pandemia que actualmente assola o mundo, virámo-nos mais para dentro e o nosso país abriu-nos as suas fronteiras dizendo “presente” para que possamos (re)descobri-lo. Nunca o desprezámos em momento algum, até porque amamos este paraíso à beira mar plantado, mas tudo isto fez-nos repensar muita coisa e, definitivamente, uma aventura pela 3.ª maior estrada nacional do mundo pareceu-nos algo imperdível.
Em vésperas da partida pela N2 e chegados ao seu “ponto 0”, encontrámos a cidade de Chaves. Entre os seus pastéis maravilhosos e as suas gentes simpáticas e dedicadas, houve uma autêntica sensação de boas vindas e de bem receber, para nos preparar para o que estava para começar. Levou-nos mesmo a pensar que se isto era apenas o começo, o que aí viria só podia ser inesquecível!
Mas nem tudo foi um mar de rosas para começar e acabámos por receber uma novidade menos boa logo no posto de turismo da cidade: os passaportes da Nacional 2 continuavam esgotados por enquanto e não havia previsões de entrega. A funcionária desdobrou-se em alternativas e a sua simpatia e disponibilidade (juntamente com um pastel de Chaves que comemos logo de seguida na famosa “Pastelaria Maria”) ajudaram a esquecer este contratempo que não seria o suficiente para nos estragar os planos.
Entre o nosso vaguear por vários pontos únicos de Chaves e até a um encontro fortuito com os nossos amigos Marina e Axel (dos Destinos Vividos), não falhámos a visita a um ponto imperdível na cidade para quem vai fazer a N2: o “Templo da N2”. Ali, entre conversas apaixonadas sobre a mítica estrada e uma foto para recordar, o Daniel inspirou-nos e deu-nos uma ideia brilhante: colocarmos os carimbos no nosso livro na “Estrada Nacional 2” da “Foge Comigo!“, junto aos locais correspondentes às localidades. Dito e feito e, logo ali, carimbou-nos o livro com o carimbo do Km0. Realmente, “quem não tem cão caça com gato” e, neste momento, temos a certeza que teremos um registo completamente original do nosso percurso na N2. Se já estávamos entusiasmados com o que vinha aí, esta paragem e boa vibe que sentimos nesta conversa com o Daniel, ajudaram-nos a entrar no espírito da “mítica”, como carinhosamente é chamada esta estrada nacional que estávamos prestes a percorrer e de que tanto se fala ultimamente.
Já fora do “Templo” vislumbrámos a rotunda com o marco do Km0, que com uma luz especial de fim de tarde reflectia para nós os sonhos e desejos de todos os que ali já tinham passado. Olhámos um para o outro e percebemos os dois, mesmo sem palavras, que estávamos a sentir o mesmo. Ali começava a nossa aventura no dia seguinte, daquelas que só vivem aqueles que ousam dar o primeiro passo….









Deixe uma resposta para omundoemduasmochilas Cancelar resposta