A costa do Montenegro

Na costa do Montenegro, considerada uma das “jóias” do Adriático, misturam-se cidades modernas e movimentadas com pequenas localidades piscatórias com fiordes semelhantes aos que se encontram nos países nórdicos. Entre Dubrovnik (ponto da Croácia de onde muita gente parte em direção ao Montenegro) e Sveti Stefan distam apenas 135 km de uma estrada com paisagens memoráveis.
Ao atravessarem esta costa partindo da fronteira com a Croácia, a primeira grande cidade que encontram é Herceg Novi. Esta cidade encontra-se à entrada da Baía de Kotor (Boka Kotorska) e dizem os locais ser conhecida como “a cidade do sol”, tantos são os dias de sol por ano que aí se verificam. A zona mais antiga desta cidade (Stari Grad) tem os edifícios mais históricos como fortes e catedrais, mas é na vasta extensão de praia que esta cidade melhor se representa ainda que extremamente concorridas por turistas nesta altura do ano, principalmente por apresentar preços mais simpáticos do que Budva.

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A partir daqui para sul, têm a opção de apanhar um ferry que vos liga directamente das vilas de Kamerani a Lepetane, evitando percorrer toda a baía de Kotor. Dito assim, pode não se entender bem a importância desta ligação para os locais, mas basicamente são pouco mais de 300 metros percorridos no ferry que poupam uma viagem de carro de 30km que pode durar perto de 45 minutos. Os ferrys partem de hora a hora entre ambas as margens, com um valor de 4,5€ por viagem para um veículo ligeiro (passageiros incluídos no valor).  Passando ao lado da fila que se formava para o ferry, no nosso caso seguimos mesmo estrada fora em direção à Baía de Kotor, aquela Baía pela qual fomos suspirando toda a viagem e para a qual tínhamos grandes expectativas.

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Passando por pequenas localidades piscatórias, quase todas elas com “praias privativas” e parques de campismo cuidados, fomos continuando até chegarmos ao largo de Perast. Pequena na sua dimensão, tem uma enorme quantidade de igrejas e palácios (15 e 16, respectivamente), tendo a sua principal atração nas duas pequenas ilhas que tem perto: a Ilha de S. Jorge e a Ilha das Rochas. Na Ilha das Rochas existe uma famosa igreja (Nossa Senhora das Rochas) que sobressai na paisagem, sendo ainda alvo de devoção e muito procurada pelos turistas. A outra, mais pequena e discreta, é uma ilha natural que apenas tem um pequeno mosteiro que dizem também ser visitável. Dada a hora que chegámos a Perast (meio da manhã) encontrámos uma localidade repleta de turistas e difícil de estacionar, o que nos impossibilitou uma visita tranquila. Ainda assim, é ponto de paragem nesta visita à Baía de Kotor.

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De seguida, dirigimo-nos para Kotor. Uma vez mais, devido à hora de chegada (perto da hora de almoço), apanhámos filas para entrar na cidade que nos obrigaram a ficar mais de 1 hora para percorrer menos de 10 km. Depois de estacionarmos o carro num estacionamento pago ao lago das muralhas de formato triangular de Kotor (era o mais sensato, sendo o preço de aproximadamente 0,80€/hora, não existindo muitas opções de estacionamento) chegámos às portas da cidade. Estas abrem caminho para entrarmos numa cidade histórica, com registos já desde o século XII integra hoje a lista do Património Cultural e Histórico da Unesco. Ao entrarmos deparamo-nos com uma cidade que, de relance, faz  lembrar a organização interna de Dubrovnik, com estruturas imponentes de onde se destacam praças e igrejas. Uma das igrejas que mais se destaca é a Sveti Tripun, outrora construída pelos romanos, é hoje uma imagem de marca da cidade. Entre as várias ruelas e pontos de interesse a visitar, destacam-se as muralhas da cidade que são constituídas por 1350 degraus que nos levam até 1200 metros de altura, numa escadaria íngreme e cansativa (preço de entrada é de 3€) . Aqui, nesta baía e principalmente nestas muralhas que datam do século XV, destaca-se uma das melhores vistas sobre os fiordes da Baía de Kotor, dos únicos que podem ser admirados fora dos países nórdicos europeus.

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Budva foi a cidade seguinte, considerada a riviera do Montenegro. Dizem que ganha nova vida durante o Verão, com dias de calor e a puxar para a fazer praia e noites com muita animação. Cidade igualmente muralhada, foi reconstruída na década de 70 do século passado, claramente direcionada para o turismo. Para os amantes de diversão e vida nocturna, esta cidade é imperdível. Um conselho que podemos dar aqui é que fiquem alojados em cidades vizinhas facilmente alcançáveis, dados os preços algo proibitivos aqui praticados na restauração e hotelaria.

No fim desta nossa incursão pela costa do Montenegro, parámos e pernoitámos em Sveti Stefan. A primeira coisa que salta à vista nesta localidade é uma pequena península, que em tempos foi uma vila piscatória e é hoje um hotel de luxo. A única ligação a esta península (que estava interdita quando lá passámos) é uma pequena ponte de pedra, que é ladeada de ambos os lados por praias de água cristalina, como aliás é o habitual na costa do Adriático.

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Onde ficar: Em momentos diferentes da nossa roadtrip, pernoitámos em Sveti Stefan e em Herceg Novi. Em Sveti Stefan pernoitámos no Bed and Breakfast Levantin Inn. Não sendo espectacular, tinha no seu exterior uma pequena piscina e ficava a escassos metros da praia. Os quartos eram confortáveis, com ar condicionado, uma casa de banho partilhada e uma varanda partilhada, sendo que algo que nos dificultou a dormida foi o facto de não ter estores, o que nos acordou logo ao nascer do sol. O pequeno almoço estava incluído na tarifa, que mesmo não tendo muita variedade, cumpria os mínimos. O preço pedido era de 60€/noite com pequeno almoço incluído. Já em Herceg Novi acabámos por nos mimar um pouco mais no alojamento, tendo ficado no Boutique Hotel Kredo. Este hotel fica junto à praia e tinha no seu exterior uma piscina pequena mas apetecível, com uma vista linda sobre a Baía de Kotor. Os quartos eram muito confortáveis, com óptimas condições e o pequeno almoço (incluído na tarifa do quarto), tinha uma variedade tremenda. O preço pedido rondava os 80€/noite. Importante referir que o estacionamento estava incluído em ambos.

Onde comerEm Kotor, almoçámos num restaurante que tinha comidas típicas italianas. É verdade que poderíamos ter optado por algo mais típico, mas apeteceu-nos variar. E a existência aqui de um restaurante italiano não é por acaso, dado que a cidade esteve durante mais de 300 anos sob domínio da Serenissima Republica di Veneza. Por menos de 10€ por pessoa, podemos almoçar numa esplanada de uma das principais praças da cidade e degustar iguarias italianas no restaurante do Hotel Cattaro, na praça principal após a porta das muralhas.

Dicas extra:

  • Após o porto onde se apanha o ferry, no sentido Herceg Novi – Kotor e depois de sairmos da cidade de Herceg Novi, existe um café bar à direita da estrada que vale a pena a paragem. O Verige 65 é um espaço moderno, com preços muito simpáticos se considerarmos o fantástico espectáculo da natureza que nos passa à frente quando estamos sentados numa esplanada sobre a água da Baía de Kotor. Se forem com tempo, parem neste espaço que não se vão arrepender.

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  • Se pretendem ir visitar as localidades piscatórias da Baía de Kotor, tentem estar lá cedo de forma a conseguirem absorver tudo tranquilamente e sem tanto fluxo de turistas. Isto aplica-se principalmente nos meses de Verão.

 

Uma resposta a “A costa do Montenegro”

  1. […] da Baía de Kotor (tínhamos a hipótese de apanhar um ferry, como explicamos no post d’ A costa do Montenegro), fomos passando por pequenas localidades piscatórias, quase todas elas com “praias […]

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