Norte de Malta e Gozo

Apesar de serem maioritariamente procurados durante o Verão, por causa das praias aí existentes, a nossa visita em Dezembro ao norte de Malta e a Gozo fez-nos encontrar outros pontos de interesse que vão muito além das atrações balneares.Partimos para o norte de Malta a partir de Valletta de autocarro, aquele que foi o nosso meio de transporte preferido e quase exclusivo neste país. O primeiro destino era Melliha, uma das vilas mais antigas do país, conhecida pelas baías e praias circundantes. Como dissemos, tendo a viagem sido realizada fora da época balnear, pretendíamos apenas fazer aqui a “base” para partir à descoberta desta zona do país. Encontrámos uma vila repleta de cafés, restaurantes e hotéis, destacando-se na paisagem urbanizada uma imponente Igreja da Natividade da Virgem Maria, do qual os habitantes desta localidade muito se orgulham. Numa praça acolhedora e já adornada pelas luzes de Natal, esta igreja mantém os tons calcários que fomos encontrando em vários pontos de Malta e o seu interior (onde se encontravam crianças a realizar uma peça de Natal) mantém um equilíbrio perfeito entre a simplicidade e os adornos litúrgicos.

13.1
Igreja da Natividade da Virgem Maria

Apesar de estarmos no Inverno, pouco se notava e as temperaturas estavam até bastante amenas. Apesar de não estar propício para banhos, acabámos por visitar na mesma pela lindíssima Baía de Melliha. Além das suas águas cristalinas, destaca-se porque é a maior praia de areia do país, com 1km de extensão. No Verão, deve ser muito concorrida, mas enquanto a percorremos nesta época do ano conseguimos absorver calmamente a maresia numa caminhada pelo paredão da praia.

3.1
Baía de Melliha

Outro elemento de destaque na paisagem e bem perto desta vila é a Red Tower (também conhecida como Saint Agatha’s Tower ou Torri I-Ahmar). Construída em meados do século XVII, foi construída com uma missão essencialmente de defesa da ilha, dada a sua posição elevada e destaca-sa (como o próprio nome indica) pelos tons vermelhos das suas muralhas. Não chegámos a visitar o seu interior, mas pelo que nos informaram a entrada é gratuita. Para lá chegar, têm de utilizar os autocarros que se deslocam para Ic-Cirkewwa e sair numa das paragens após a baía de Melliha. Depois segue-se uma caminhada de 15 minutos até chegar à Torre.

Aqui perto existe também um local que, para nós, é um local imperdível numa “incursão” pelo norte de Malta: o Popeye Village. Utilizada para as rodagens do filme do Popeye em 1980, foi depois com esforço dos locais mantida e é hoje uma atração turística na região. Além da envolvência das casas à beira mar e das suas cores animadas, a animação constante com figurantes das personagens do filme dão um encanto especial ao espaço. Na nossa opinião, o espaço já necessitava de alguma manutenção, mas ainda assim adorámos a experiência. A entrada custa 11€/pessoa na altura em que fomos (Inverno) aumentando para 15€ no Verão. Para mais informações visitem o site do Popeye Village

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Popeye Village

Visitámos também a Ilha de Gozo, uma ilha também dedicada ao turismo e que dista apenas 5 km da Ilha de Malta. Para lá chegarmos, temos de nos deslocar até ao cais existente em Ic-Cirkewwa, num extremo norte da ilha de Malta. Preparem-se para as filas, pelo que aconselhamos a que tentem ir o mais cedo possível para agilizar a travessia. Esta faz-se de ferry, numa viagem agradável e que dura apenas 20 minutos. Os horários são variados e o bilhete custa apenas 4,65€, pelo que não há mesmo desculpas para não nos deslocarmos até lá.

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Travessia de ferry até Gozo

A chegada a Gozo dá-se na localidade de Mgarr, sendo que nos arredores do terminal encontramos logo paragens de autocarros para vários destinos da ilha ou agências de alugueres de carros. Mais uma vez optámos por nos deslocar de autocarro pela ilha, tentando sempre gerir os horários da melhor forma dado que dedicávamos apenas um dia à ilha, planeando regressar ao final do dia a Melliha.

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Chegada a Mgarr

Seguimos no autocarro 301, que nos levava para a cidade de Victoria (ou Ir-Rabat, sendo sempre referida das duas formas), considerada a “capital” e a única da ilha. Chegados ao único terminal da cidade, encontramos um ambiente extremamente tradicional que fez por momentos lembrar Valletta, com a diferença de termos menos turistas e ser tudo muito mais típico. Por entre ruelas labirínticas fomos avançando em direção a um dos pontos que planeávamos visitar aqui: a Cidadela. Trata-se de uma muralha que se ergue imponente no cimo da cidade, tendo servido como defesa ao longo dos anos contra os vários ataques que foram sendo realizados contra os habitantes desta cidade/ilha. Aquando da nossa visita (em 2015) esta encontrava-se em obras estando estas já concluídas. Ainda assim, valeu a pena a subida pois a vista lá de cima era fantástica, podendo ver os vários cantos da ilha, destacando-se na paisagem a Igreja de S.João Baptista, a maior de Gozo.

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Vista da Cidadela para a Igreja de S. João Baptista
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Outra perspectiva do miradouro da Cidadela

Dentro da Cidadela encontramos ainda a Catedral de Victoria, uma das mais importantes da cidade que infelizmente não conseguimos visitar por se encontrar fechada. Na sua entrada, encontra-se a imagem de João Paulo II, recordando a sua visita a esta catedral em 1990.

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Catedral de Victoria

Outro ponto que visitámos foi a Basilica de S.Jorge , já fora da cidadela mas que se destaca na cidade por ser uma igreja totalmente coberta de mármore. Daqui vale a pena passar também pela famosa praça de S.Jorge, onde as esplanadas convidam a sentar e desfrutar de um café.

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Basílica de S. Jorge

Sendo a visita de um dia em transportes públicos algo curto para explorar os vários pontos de Gozo, tivemos de tomar opções no que visitar e sendo nós amantes de natureza, esta teria de recair na famosa Azure Window. Para isso, voltámos a dirigir-nos ao terminal de autocarros da cidade, seguindo no 311 em direção a Dwejra. Após pouco mais de 15 minutos, saímos na última paragem da rota que nos deixa à beira mar, junto a esta formação de calcário que foi “obra da natureza” ao longo dos anos, confundindo-se com uma janela de calcário de 28 metros de altura que se abre sobre o imenso azul do mar.

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Azure Window

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Actualização: A Azure Window colapsou após uma tempestade em Março de 2017, não sendo já possível admirar esta obra da natureza.

Após esta paragem e absorvermos mais um momento perfeito de comunhão com a natureza, decidimos que estava na hora de regressar a Malta, voltando a Victoria e a Mgarr para apanharmos o ferry de volta a Ic-Cirkewwa.

Deixamos Gozo para trás, numa rota de apenas um dia, que talvez tenha sido pouco para tantos recantos que esta pequena ilha tem para oferecer.

Como chegar: A partir de Valleta, o autocarro a apanhar é o 41, numa viagem de aproximadamente 1h30 que passa em Melliha e termina em Ic-Cirkewwa. Para mais informações consultem o site Malta Public Transport. Como fomos dizendo ao longo do texto, já em Gozo devem apanhar o autocarro 301 para se deslocarem entre Mgarr e Victoria. A partir desta cidade têm ligações a vários pontos da cidade.

Onde ficar: Hotel Solana – No centro de Melliha, este hotel foi uma excelente opção. Moderno, localizado perto das paragens de autocarros e de vários restaurantes, tem ainda um pequeno almoço vasto. Em época baixa foi um verdadeiro achado, tendo custado pouco mais de 30€/noite.

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