Roteiro de 3 dias por Bruges, Gent e Bruxelas

Estando praticamente no centro da Europa e com voos cada vez mais baratos, é cada vez mais apetecível optar por uma viagem até à Bélgica. Naquela que foi uma escapadinha de pouco mais de 3 dias, fomos conhecer um pouco de três cidades belgas (Bruges, Gent e Bruxelas), que há tanto tempo faziam parte dos planos. Decidimos iniciar o nosso roteiro em Bruges, após uma viagem de comboio a partir de Bruxelas. Optámos por realizar a viagem nesta sequência por entendermos ser facilitador e de forma a podermos concluir na capital belga, permitindo-nos absorver um pouco da sua envolvência antes de partirmos calmamente para o aeroporto e regressarmos a casa. Partilhamos de seguida a nossa sugestão de roteiro para três dias por estes pontos, baseada na nossa experiência, naquela que foi uma viagem intensa, com uma mistura de estilos e com muitas histórias para contar.

Breves considerações antes de partir:
Antes de partir nesta viagem, temos algumas indicações que consideramos importantes de ter em conta. São eles:

– Documentação: Sendo um país da União Europeia, os cidadãos europeus necessitam apenas do cartão de cidadão nacional actualizado, para poder entrar na Bélgica. Quando não aplicável, o passaporte é indispensável (atenção que não convém estarem a menos de 6 meses da data de validade dos mesmos). O Cartão de Saúde Europeu também nos deve acompanhar nesta viagem, ainda mais se considerarmos que é gratuito e se pode pedir online com entrega em casa.

– Moeda: Sendo um país da União Europeia, a moeda utilizada é o Euro (€). Confirmem previamente com o vosso banco se existem taxas interbancárias para a utilização de cartão de crédito/débito neste país, para não serem surpreendidos com taxas por cada movimento ou pagamento que realizem, algumas delas por vezes elevadíssimas.

-Sugestões de alojamento: As sugestões que fazemos relativamente aos alojamentos referem-se à experiência que tivemos, sendo que tentamos dar um feedback fidedigno que ilustre efetivamente o que sentimos. Optámos sempre que possível escolher hotéis com pequeno almoço incluído, comparando se efetivamente teria um impacto positivo no nosso orçamento. As reservas que fizemos foram através do Booking, sem qualquer problema. Estes pormenores encontram-se no final deste post.

-Segurança: Em Bruges e em Gent nunca nos sentimos inseguros em nenhum momento. Já em Bruxelas, redobrámos os cuidados, especialmente considerando algumas zonas específicas (bairros de Molenbeek-Saint-Jean, Brussels-Noord e Brussels-Midi) por conselho de quem por lá já tinha passado ou vivido. Aconselhamos os habituais cuidados de segurança, que se devem ter habitualmente, especialmente em locais com maior fluxo de pessoas.

– Gastronomia a não perder: A gastronomia é um dos pontos fortes da Bélgica. Um dos petiscos mais típicos para ser provado são as “Moules-frites”, que consistem em mexilhões com batatas fritas. É frequente encontrarmos este prato em todos os pontos do país. A Bélgica é também conhecida pela variedade e qualidade de cervejas, existindo mais de 1500 tipos diferentes, com vários tipos de fermentação. Das que experimentámos, ficámos fãs da Duvel (Marco) e Triple Karmeliet (Ana). E olhem que a Ana nem é apreciadora, por isso vejam bem a qualidade!

-Outras informações: Aconselhamos sempre a que obtenham estas ou outras informações em relação a cada país que pretendem visitar na área de “Conselhos aos viajantes” no Portal das Comunidades Portuguesas.

Dia 1 – Bruges

Bruges é um autêntico museu a céu aberto. Na chegada à cidade por comboio, vamos dar a uma praça onde frequentemente se realizam diversas feiras e eventos. É com este abraço de movimento que esta praça nos dá que nos deixamos envolver pelas ruas desta cidade, onde o mercantilismo se iniciou em meados do século XV, que facilmente se atinge a pé a partir da estação de comboios. E este é mesmo o nosso primeiro conselho, vaguear pelas ruas de Bruges e deixar-se deslumbrar com as suas construções típicas e canais circundantes, que num misto de cor que também as flores da época nos proporcionavam, geraram o ambiente ideal para nos apaixonarmos à primeira vista.

O facto de o seu centro histórico nunca ter sucumbido à industrialização e ter conseguido resistir também às duas Grandes Guerras Mundiais, levam a que se mantenham quase intactas as suas bases históricas. À medida que fomos avançando por entre as suas ruas, demos de caras com uma das construções mais imponentes da cidade: a Igreja de Nossa Senhora (Onze-Lieve-Vrouwekerk). A sua torre de 115 metros já se avistava ao longe e, quanto mais nos íamos aproximando, mais imponente nos foi parecendo. Encontrando-se actualmente (2019) em obras de restauro, a entrada na igreja é gratuita, pagando-se 6€/pessoa para visitar o seu museu. Aqui podemos encontrar a única obra de Miguel Ângelo a deixar Itália durante a sua vida: “Madonna e o Menino”.

Vista para a torre da Igreja de Nossa Senhora

Um local de paragem obrigatório é a Grote Markt, a praça central da cidade, que rodeada de edifícios históricos, restaurantes e cafés, e com estátuas de antigos heróis nacionais ao centro, funciona como o ponto de encontro na cidade. Aqui a azáfama turística é imensa, mas não deixámos de parar para apreciar edifícios como o Belford (onde se encontra o campanário da cidade) onde se pode subir para apreciar a cidade, algo que acabámos por optar por não realizar (preços a rondar os 12€/pessoa). Também aqui vimos várias bancas de venda de rua a vender as famosas “frietkoten”, batatas fritas típicas belgas, que têm uma procura enorme aqui.

A partir daqui, visitámos a praça do Burg, onde o imponente edifício da câmara municipal (Stadhuis) se destaca também pela sua arquitectura. Tem também no seu interior um museu, que se centra na história da cidade, e que pode ser visitado (6€/pessoa). Visitámos apenas a sua imponente entrada, pois o dia estava lindo e queríamos mesmo era rentabilizar ao máximo o circuito pela cidade.

Também nesta praça podemos encontrar uma das mais famosas Igrejas da cidade mas que quase passa despercebida. A Basílica do Sangue Sagrado (Heilig-Bloedbasiliek) é onde dizem encontrar-se relíquias do sangue de Cristo, recolhidas por José de Arimateia e para aqui trazidas da Terra Santa por um Conde de Flandres.

Daqui seguimos por uma das ruas mais conhecidas da cidade, a Rua do Burro Cego (Blinde Ezelstraat), até chegar ao Mercado do Peixe (Viskmarkt), num trajecto que também recomendamos.

Após uma pausa revigorante para almoçar, fomos até à Praça Jan Van Eyck, seguindo pela rua Spiegelrei, ladeada por um canal e que nos levou até outro ponto imperdível em Bruges: os moinhos de vento. Outrora dizem ter sido pelo menos 20, hoje existem ali três à beira rio. O mais conhecido deles é o Sint-Janshuismolen, que mantém as suas características originais e é o único que pode ser visitado por dentro (4€/pessoa). Seguindo à beira rio, podemos encontrar os restantes dois , sempre rodeados de relva num claro convite à pausa e ao descanso.

Ao final do dia, percorremos a Rozenhoedkaai, uma rua que também nos dá uma perspectiva especial sobre os canais, culminando um dia de caminhada em que o cansaço das pernas só era ultrapassado pelo encanto de tudo o que tínhamos tido oportunidade de ver. É interessante constatar a diferença enorme de movimento nas ruas à noite, comparativamente com o que tínhamos visto ao longo do dia, sendo que por isto achamos que compensa sempre pernoitar em Bruges para podermos conhecer esta outra faceta da cidade, mais pessoal e menos agitada.

Perspectiva da Rua Rozenhoedkaai

Se ainda tiver tempo: Já dissemos que Bruges é um autêntico museu a céu aberto, mas as opções de museus (fechados) nesta cidade também são variadas. Como tivemos apenas um dia, optámos por sentir a cidade e fazer um roteiro mais exterior, mas existem diferentes opções e, uma das que não nos irá escapar num regresso, será o “Museu da Cerveja”, conhecido localmente como “Bruges Beer Museum” ou “Brugs Biermuseum”. Após visitar todos os processos de criação de cerveja (especialidade belga), no final podemos fazer a experimentação de 3 tipos diferentes, no bar do museu. O único contra é mesmo o preço, a rondar os 16€/pessoa. Há também a hipótese de consumo no bar do museu, sem realizar a visita. Dizem ser uma experiência a realizar em Bruges!

Como chegar: Viajámos para Bruges de comboio, a partir da Estação Central de Bruxelas (Gare Centrale). O comboio é directo, apenas com algumas paragens pelo meio, numa viagem de pouco mais de 1hora. Os bilhetes são facilmente adquiridos nas máquinas de venda automática da estação, rondando os 14€/pessoa. Para mais informações relativamente a horários e trajectos, consultem o site da SNCB.

Onde ficámos: Hotel T’Bagientje. Ficar em Bruges não é barato e, para ajudar, as opções não são muitas. Este hotel de 1 estrela (muito básico mesmo, mas com o essencial), foi a melhor opção que encontrámos nas pesquisas que fizemos. Conseguimos quarto duplo com casa de banho privativa e pequeno almoço incluído (simples mas agradável), a rondar os 75€. Se considerarmos as alternativas locais, foi bem escolhido. Basicamente consiste no 1º andar de um restaurante (que encerra relativamente cedo), num edifício modesto mas, como já dissemos, com o essencial para uma estadia agradável.

Dicas extra:
– Por vários pontos da cidade são realizados circuitos em pequenos barcos pelos canais. Os locais de embarque são facilmente identificáveis, pelas filas que aí que se encontram. Foi esse, aliás, um dos motivos que nos levou a desistir da ideia. Mas dizem ser algo que vale realmente a pena!
– Não percam, por nada deste mundo, as waffles! Fomos um bocado sem referências e entrámos na loja “I Waffles“perto do centro histórico de Bruges, onde nos deparámos com a oferta de todos os tipos imaginários de waffles e com imensas opções de toppings à descrição. Um paraíso para os mais gulosos!

Dia 2 – Gent

Após uma curta viagem de comboio a partir de Bruges, chegamos a Gent (Estação de St Pieters), uma cidade maioritariamente estudantil (reflexo das universidades aí presentes), também ela com um centro histórico cativante e rodeado de canais, repleto de recantos únicos. Ainda assim, algo que percebemos logo à saída da estação, foi que os arredores de Gent são mais industrializados do que Bruges, com muito mais prédios e muito menos construções típicas e onde a utilização de bicicleta como meio de transporte é comum.

Parque de bicicletas junto à Estação

A partir da estação existe a opção de se apanhar um Eléctrico (Tram) que liga directamente ao centro da cidade. O bilhete ronda os 3€ e demora perto de 15 minutos a realizar os 2km que separam esta Estação do Centro Histórico. Ainda assim, optámos por realizar este trajecto a pé, porque tínhamos alguns pontos que queríamos ver pelo caminho, nomeadamente o Citadelpark.

Este parque, que já data de 1875, é um encanto, extremamente acolhedor e com uma abundância enorme de natureza. Vêem-se famílias a passear (apesar de ser dia de semana) e os bancos de jardim por lá espalhados são autênticos convites à “degustação” da paz que ali se sente. As imagens falam por si…

Citadelpark

Daqui seguimos em direção especificamente ao centro histórico, onde nos deparamos com a Catedral de São Bavão (Sint-Baafskathedraal). Esta catedral já remonta ao século X, mas foi sendo aumentada gradualmente, sendo o seu elemento de maior destaque (além da sua arquitectura) a torre que dizem ter 89 metros de altura. A entrada na catedral é gratuita, pagando-se 4€/pessoa para visitar o seu museu, onde existe a obra prima de Hubert van Eyck – “A adoração do cordeiro místico”. O conjunto de 12 painéis que o formam são considerados uma das principais obras de arte de toda a Bélgica. Para mais informações, visitem o site oficial da catedral.

Por entre os aguaceiros que se foram fazendo sentir neste dia, parámos ainda no largo em frente desta Catedral, com uma fonte e alguns espaços verdes. Esta praça, aliás, acabava por funcionar como uma “passagem” entre a Catedral de São Bavão e o Campanário de Gent, localmente conhecido como Belfort ou Belfry. Este imponente edifício, cuja construção se iniciou em 1313, tem uma das torres mais altas da cidade e uma coleção de 54 sinos, que ao longo dos tempos tiveram diferentes objectivos, que vão desde alertar a cidade para perigos iminentes até aos dias de hoje, em que regista cada hora certa com as suas badaladas. Os locais dizem ser o principal símbolo da autonomia e independência da cidade, e é possível ir até ao seu topo, para admirar os arredores de uma perspectiva completamente diferente. A entrada custa 8€/pessoa e podem obtar mais informações no site oficial do Campanário.

Daqui, deparámo-nos com uma das mais conhecidas praças da cidade, a Korenmarkt. Esta praça está mesmo no coração da cidade e é rodeada de cafés e restaurantes que, com as suas esplanadas, desafiam a uma pausa para almoçar, ali mesmo naquela envolvência de edifícios típicos e de agitação de tanta gente que, como nós, vagueia por esta cidade encantadora.

Nesta praça encontramos também em grande destaque a Igreja de St. Nicholas (Sint-Niklaaskerk), uma igreja gótica que data do século XIII e que tem como curiosidade apresentar a sua torre sineira em cima da nave central do edifício principal, ao invés de se apresentar na sua entrada como habitualmente se encontra noutros edifícios semelhantes. O seu interior pode ser visitado de forma gratuita e é recheado de detalhes fantásticos, a maior parte deles do século XVIII.

Igreja de St Nicholas com o Campanário mais atrás

Ali por perto existe um Castelo com uma aura misteriosa e um passado turbulento. Conhecido como “O Castelo dos Condes” ou Gravensteen, este castelo dá uma perspectiva em relação à história política e social da cidade nem sempre estável, numa verdadeira viagem no tempo. É o único castelo medieval que mantém um fosso e um sistema de defesa praticamente intacto na região de Flandres e no seu interior podem ainda ser visitadas exposições sobre armaduras e antigos instrumentos de tortura. O preço dos bilhetes ronda os 10€/pessoa e podem obter mais informações no site oficial do Castelo.

Castelo dos Condes

Como já dissemos, Gent é também ela atravessada por diversos canais, destacando-se também o rio Lis que envolve parte da cidade. Como em Brugges, a água é um dos grandes atractivos da cidade e os passeios de barco pelos canais são muito populares entre os turistas. Se tiverem coragem de esperar nas filas, façam uma viagem de barco pelos canais. Senão podem sempre percorrer as ruelas que acompanham os canais, a pé, que também é uma experiência especial, ainda mais quando por esta altura o sol já começava a dar um ar da sua graça.

Culminámos a viagem na famosa Ponte de St Mickael, que dá uma perspectiva única sobre a cidade, especialmente sobre as principais torres do centro histórico. Não há muitas palavras que consigam descrever, mas sentimo-nos mesmo como que a entrar num daqueles filmes de animação, num qualquer contexto medieval e mágico. Vale a pena!

Vista a partir da ponte de St Mickael

Se ainda tiver tempo:
Biblioteca De Krook: um edifício com um design único, que faz como que a ponte entre a zona universitária e a zona histórica da cidade. Com muita pena nossa estava fechado no dia em que lá fomos (feriado), mas vimos por fora e ficámos muito curiosos com o que o seu interior teria para visitar.

Biblioteca de Krook

Como chegar: Viajámos para Gent de comboio, a partir da estação de Bruges. O comboio é directo, apenas com algumas paragens pelo meio, numa viagem de pouco mais de 25 minutos, tendo como destino final a estação de Ghent St Pieters. Os bilhetes são facilmente adquiridos nas máquinas de venda automática da estação, rondando os 6,60€/pessoa. Para mais informações relativamente a horários e trajectos, consultem o site da SNCB.

Onde ficámos: Considerando os preços (elevados) dos alojamentos em Gent, optámos por seguir de comboio em direção a Bruxelas onde conseguíamos melhores ofertas. Ainda assim, não tivemos muita sorte na escolha! Era suposto ficarmos uma noite no Hotel Aris, onde por 70€ tínhamos reservado antecipadamente um quarto duplo com pequeno almoço incluído e perto da Grand Place. Qual não é o nosso espanto quando chegamos ao hotel e nos dizem que tinham passado a tarde a ligar-nos (não tínhamos qualquer chamada) a dizer que tinha ocorrido um erro na nossa reserva e que tinham tentado providenciar uma alternativa num outro hotel. Ficámos extremamente incomodados com a situação, pois o cansaço de um dia intenso já se fazia sentir e sentíamos que tinha havido muita falta de seriedade da parte do hotel para connosco, numa clara situação de overbooking. O hotel alternativo que nos arranjaram custava mais 30€ que este, mas ao fim de muita negociação, acabaram por mais tarde pagar-nos a deslocação até lá e a diferença de valor. Por não ser uma boa recordação, não aconselhamos!

Dia 3 – Bruxelas

Num dia que se avizinhava muito preenchido, começámos pela zona da cidade onde se encontram alguns dos órgãos máximos da União Europeia. Um destes pontos é o Parlamento Europeu, onde se reúnem os representantes dos diversos países que integram a União Europeia e cujo Hemiciclo pode ser visitado gratuitamente (em dias em que não ocorra plenário). Após uma curta viagem de metro a partir do centro da cidade, chegamos à Estação de Schuman que é das mais próximas do edifício do Hemiciclo. As visitas individuais não precisam de ser marcadas previamente e, após uma passagem rápida pela segurança do edifício, foi-nos entregue um guia interactivo com auscultadores, que nos vai elucidando ao longo de várias paragens, culminando no hemiciclo. É uma experiência fantástica, que pode ser feita ao nosso ritmo (demoramos uma hora a realizar) e com a enorme vantagem de existirem guias interactivos em todas as línguas existentes na União Europeia, pelo que pudemos ouvir tudo em Português. Optámos por iniciar o dia aqui, para evitarmos multidões e valeu muito a pena! Para mais informações, visitem o site oficial do Parlamento Europeu.

Ali por perto temos o conhecido Parque do Cinquentenário (Parc du Cinquantenaire), também ele um ponto imperdível da cidade. Além do espectacular espaço verde extremamente bem cuidado, encontramos no seu topo o imponente Palácio do Cinquentenaire, onde se destacada o arco do triunfo que tem no seu topo uma carruagem de bronze, fazendo lembrar o Portão de Brandeburgo em Berlim. Este palácio foi construído para celebrar os 50 anos do nascimento da Bélgica como nação independente e actualmente tem no seu interior 3 museus distintos: o Museu de História Militar (onde encontramos artefactos militares que vêm desde a idade média, passando por Napoleão e pelas Grandes Guerras Mundiais), o Museu da Arte e da História (um dos maiores da Europa, com peças únicas de vários períodos da história) e o Autoworld (uma grande exposição de carros de todas as épocas). Quanto a nós, acabámos por optar “apenas” por aproveitar o Jardim propriamente dito, que já é motivo suficiente por si só para uma paragem nesta zona.

Turistando no Parque do Cinquentenário

Em vez de apanharmos novamente o metro para o centro de Bruxelas, optámos por fazer o percurso a pé, de forma a ir parando pelo caminho por locais igualmente imperdíveis. O primeiro deles é o Palácio Real. Este é o palácio oficial dos reis da Bélgica, apesar de não ser a sua residência oficial, começou a ser construído em 1783 e só foi concluído com a sua aparência actual em 1934. Além da sua lindíssima fachada, há períodos normalmente entre Julho e Agosto que pode ser visitado gratuitamente, com direito a aceder a algumas das suas salas mais ornamentadas. Como não o conseguimos fazer gratuitamente na altura em que fomos (Junho), já nos contentámos com o seu exterior. Para obterem mais informações relativamente ao Palácio, consultem o site oficial.

Um pouco mais abaixo, encontramos o ponto de entrada na zona central e histórica de Bruxelas, no conhecido Mont des Arts. Junto ao Jardin de Mont des Arts, encontramos um local privilegiado para conseguirmos obter uma visão panorâmica da cidade, destacando-se a torre mais alta da Grand Place, que pertence ao Hotel de Ville (edifício da Câmara Municipal da Cidade). Estes jardins também são um ponto a não perder, podendo encontrar do seu lado o Carillon de Mont des Arts, um relógio construído em 1958, ladeado de 24 sinos e 12 personagens importantes da história da Bélgica, destacando-se no seu topo o conhecido Jacquemart que bate no sino marcando cada hora certa.

Perspectiva sobre o Jardin do Mont des Arts

Dali seguimos para um dos edifícios mais emblemáticos da capital belga, a Catedral de St Michel et St Gudule. Algo que nos cativou logo à chegada foi a sua imponente entrada! A construção como hoje se vê iniciou-se no século XIII, sobre uma construção românica do século XI, tendo sofrido já vários contratempos ao longo da sua história, tendo sido inclusive saqueada, entre outros, por revolucionários franceses. Ainda assim, o seu interior mantém a sua essência sendo, na nossa opinião, os seus vitrais uma imagem marcante que vale a pena ser admirada. A entrada na catedral é gratuita e aconselhamos a paragem.

O local que se seguiu foi um daqueles para os quais tínhamos uma das maiores expectativas desta viagem: a Grand Place (Grote Markt). Este que é um dos locais mais famosos de Bruxelas, não defraudou as nossas expectativas. Um grupo de adeptos de futebol animava o centro da praça, toda ela rodeada de edifícios históricos e claramente o centro histórico e comercial da cidade. Entre os seus edifícios mais imponentes e relevantes encontramos: o Hotel de Ville (Câmara Municipal), edifício mais antigo desta praça e que se distingue das restantes pela sua torre de 96 metros e a Maison du Roi, que durante muitos anos foi a residência dos monarcas e hoje é o Museu da cidade (Musée de la Ville); entre outros. Como dissemos, este é um ponto imperdível e não resistimos a parar aqui pelos arredores para almoçar e apreciar a azáfama circundante.

Aqui perto encontramos mais uma imagem de marca da cidade, o Manneken Pis. Esta estátua de 50 centímetros de um menino a urinar quase passa despercebida, não fosse a multidão envolvente, que tenta a todo o custo obter a melhor perspectiva. Criado já no século XIV, encontra-se muitas vezes vestido com roupas que lhe foram sendo oferecidas por vários chefes de estado que passaram pela Bélgica, numa tradição iniciada em 1698, tendo já na sua coleção mais de 650 trajes diferentes que podem ser visitados no Musée de Ville, na Grand Place. No dia em que o visitámos teria certamente passado pela lavandaria antes, dado que não tinha colocado nenhum traje e se encontrava nú (também habitual). Existem várias lendas associadas a esta estátua, sendo uma das mais difundidas de que o menino da estátua teria apagado as chamas de um incêndio que ameaçou a cidade. As lendas valem o que valem, mas não deixa de ser um local engraçado de se visitar.

Mannekin Pis

Para os amantes de banda desenhada, existem perto do Manneken Pis diversas fachadas de edifícios por onde vale também a pena passar. Dizem existir mais de 50 distribuídos pela cidade, mas como o tempo no nosso caso era escasso acabámos por visitar apenas alguns mais nesta zona, onde se destaca o do Tintim, na Rue de l’Etuve. Outro por onde passámos foi o de Olivier Rameau, num dos murais mais festivos e cativantes da cidade, na
Rue du Chêne. Para verem todas as opções existentes e as localizações, consultem o site da Love Brussels.

Para culminar o dia, visitámos outros dos grandes ícones da cidade: o Atomium. Só o deixámos para o fim devido à sua localização, mais retirada do centro da cidade, que nos obrigava a apanhar o metro. A estação de metro mais próxima do Atomium é a Heysel, com um bilhete de ida e volta a rondar os 4,20€ (ida e volta), durando praticamente 30 minutos em cada sentido, podendo obter mais informações no site da STIB-MIVB de Bruxelas. O Atomium foi construído para ser o símbolo principal da exposição universal que se realizou em Bruxelas em 1958. O seu design peculiar representa nada mais nada menos do um átomo de ferro, ampliado biliões de vezes, medindo 102 metros de altura ligados por tubos e 9 esferas gigantescas. Dizem que o seu exterior vale mais a visita do que o seu interior onde, além das filas, o preço elevado dos bilhetes a rondar os 15€/pessoa nos levou a não entrar. Por esta altura a chuva já nos começava a ameaçar, como se poder ver pelo céu carregado nas fotos, dando-nos o pretexto para recolhermos novamente no hotel, para “recuperarmos” das emoções de 3 dias intensos e aproveitados ao máximo.

Como chegar: Chegámos a Bruxelas de comboio, a partir da estação de Ghent St Pieters. O comboio é directo, apenas com algumas paragens pelo meio, numa viagem de pouco mais de 35 minutos, tendo como destino final a estação de Brussels Central. Os bilhetes são facilmente adquiridos nas máquinas de venda automática da estação, rondando os 9€/pessoa. Também a partir da Brussels Central conseguimos facilmente partir em direcção ao aeroporto de Bruxelas-Zaventem, numa viagem de pouco mais de 20 minutos. Para mais informações relativamente a horários e trajectos, consultem o site da SNCB.

Onde ficámos: Nesta 2º noite que pernoitámos em Bruxelas, ficámos no Hostel Generation Europe. Pagámos 60€/noite por um quarto duplo, modesto, com casa de banho privativa. A roupa da cama estava incluída pela reserva do Booking (apesar de ter uma taxa extra) e as toalhas de banho também são pagas à parte (não necessitámos pois levávamos as nossas por já irmos avisados). O pequeno almoço estava incluído na tarifa. O único senão deste alojamento foi só mesmo a localização que, apesar de distar menos de 2km da Grand Place e que facilmente se fazem a pé, se encontra num bairro com um ambiente estranho e que não nos deixou confortáveis (Molenbeek-Saint-Jean). Repensaríamos a estadia aqui, num regresso a Bruxelas…

Dicas extra:
– Visitar a Grand Place durante o dia é lindo, mas depois de anoitecer é ainda mais inesquecível. As luzes, o movimento, a envolvência são inexplicáveis!Definitivamente aconselhamos a passarem por lá também à noite, caso tenham hipótese;

– Se optarem por ir à Grand Place à noite, aproveitem também para visitar ali perto as Galerias Reais de St Hubert, que se tornam ainda mais bonitas nesta altura. Este centro comercial luxuoso ganha cores especiais por esta altura. Por esta altura as lojas já se encontram fechadas, mas não há problema porque o nosso orçamento não dava para grandes aventuras;

Galerias Reais de St Hubert

– A Jeanneke Pis é a réplica feminina e bem mais recente do Mannekin Pin. Esta imagem de bronze de uma menina a urinar tem também ganho algum destaque pelos visitantes da cidade, mas acabámos por não a visitar. Encontra-se na Impasse de la Fidelité, junto ao bar Delirium Tremens, o mais famoso de Bruxelas e com mais de 2000 tipos de cervejas diferentes. 

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