Este é um dos circuitos mais conhecidos e turísticos para quem visita a Islândia e engloba três dos principais pontos de interesse, sendo eles o Parque Nacional de Þingvellir, a área geotermal como famoso Geysir e a cascata de Gulfoss. Este circuito tem uma extensão circular de quase 300km de estrada que nos mostram paisagens de tirar o fôlego (para não variar com tudo o resto na Islândia).
Partimos cedo de Reiquejavique, em direção ao Círculo Dourado para o qual tínhamos dedicado um dia completo que teria de ser bem aproveitado. As expectativas eram altas e era o primeiro dia que íamos passar aqui na Islândia, tendo a sorte de ter um dia de sol radiante para nos mostrar o caminho. Há inúmeros tours que partem da capital para fazer este circuito, passando pelos principais pontos, mas optámos mesmo pelo carro alugado, que nos dá toda uma outra autonomia, permitindo parar em pontos que, mesmo não sendo tão turísticos, eram igualmente fantásticos.
O circuito mais comum de se realizar é o que apresentamos de seguida e foi aquele pelo qual optámos:
Assim, dirigimo-nos inicialmente para o Parque Nacional de Þingvellir, património da Humanidade da UNESCO desde 2004.
O estacionamento para visitantes é fácil, mas pago (mas nada que se assemelhe com preços que vemos na Islândia). Um carro particular paga 750 ISK ± 5€, que dá direito a estacionar em qualquer parque de estacionamento deste parque nacional durante um dia inteiro, podendo ser pago com cartões de crédito/débito nas máquinas existentes no local. Apesar de não existirem cancelas de entrada e saída do Parque, não facilitem e paguem sempre o estacionamento. Aqui é feito um reconhecimento de videovigilância das matriculas à entrada e saída dos parques de estacionamento, podendo chegar a multa posteriormente para quem não cumpra.
Este parque, além de um vasto leque de experiências relacionadas com a natureza, tem também uma parte histórica muito relevante, principalmente para o povo islandês. Após deixarmos o carro, encontramos um centro de interpretação aberto ao público e, logo se seguida, um dos pontos “altos” deste parque: Almannagjá. Este é o nome da enorme fenda pela qual podemos circular, que é nada mais nada menos do que a fenda que separa os continentes europeu e americano.
Nas colinas desta fenda, temos vários “miradouros” que nos permitem ver o Þingvallavatn (maior lago da Islândia) e até mesmo a zona do Alpingi (onde o mais antigo parlamento do mundo esteve sediado entre os anos 930 e 1798) e uma igreja antiga, a Þingvallakirkja, onde contávamos parar mais tarde. Tendo sido aqui constituído o primeiro parlamento do mundo, não admira que o próprio nome deste parque (Þingvellir) esteja relacionado, visto significar “os campos do parlamento”.
As opções de trilhos por este parque são vastas, podendo estes estar dependentes das condições climatéricas adversas que levem ao seu encerramento temporário. O trilho que seguimos levou-nos a uma cascata algo escondida, a Öxarárfoss. Esta cascata, apesar de não ser nem de perto nem de longe das maiores cascatas da Islândia, tem um charme muito próprio, principalmente pelos contrastes notórios entre o basalto e a água cristalina.
Após atravessarmos e seguirmos pela Flosagjá, uma das falhas tectónicas do parque onde passa um rio cristalino, chegamos então à histórica região conhecida como Alpingi, onde junto à antiga igreja (Þingvallakirkja) paramos por momentos a absorver toda a grandiosidade natural e histórica que nos rodeia.
Seguimos de seguida para o carro, partindo em direção à área geotermal de Haukadalur, onde se encontra duas fontes geotermais: o famoso Grande Geysir (que deu o nome a todos os outros Geysirs do mundo) e o geysir Strokkur. O estacionamento aqui também é fácil, ficando logo ao lado de um edifício que tem várias lojas, restaurantes e casas de banho gratuitas. Entrando na área geotermal propriamente dita, encontramos primeiro o Strokkur, o mais activo dado o Grande Geysir se encontrar praticamente inactivo neste momento. É fácil detectar o lugar onde o Strokkur se encontra, tal é a quantidade de curiosos que se colocam ao seu redor junto às fitas de segurança à espera que mostre um pouco da sua força. Este expele uma coluna de água quente para o céu que costuma ter entre 15 a 20 metros de altura (dizem que já chegou aos 40 metros), com períodos médios de 15 a 20 minutos entre erupções.
A zona do Grande Geysir , maior mas como dissemos muito menos activo neste momento do que o anterior, chegava a ter colunas de água a serem expelidas a uma altura de 70 metros. Vale a pena tomar ainda atenção às inúmeras fumarolas existentes por toda esta área, que nos relembra todo o poder geotermal aqui existente.
Voltamos à estrada, desta vez em direção à famosa cascata Gulfoss, que traduzido, significa “Cascata Dourada”, pelas cores que dizem que assume ao nascer e ao pôr do sol. É, definitivamente, um dos pontos mais visitados da Islândia e apesar de todas as fotografias/vídeos que já tivéssemos visto, nada se comparava com a sensação que tivemos ao olhá-la pela primeira vez. A força de uma enorme massa de água que se dispersava em diferentes pontos, dava-nos como que as boas vindas com pequenas gotículas que nos tocavam na cara (cuidado com as lentes das máquinas fotográficas!).
Depois de admirarmos mais esta maravilha da natureza, de tentarmos expressar um sentimento único (e quase impossível de transmitir) em inúmeras fotografias que tirámos, dirigimo-nos para o estacionamento para nos dirigirmos ao ponto seguinte: Kerið.
Kerið é um lago dentro de uma cratera vulcânica, repleta de pedras vulcânicas de cor avermelhada que lhe dão um toque muito próprio. A entrada neste local é paga desde meados de 2018, sendo o valor a pagar por pessoa de 400 ISK ± 3,10€. O lago existente no interior desta cratera é também dos pontos mais visitados na Islândia, sendo que pudemos ter várias perspectivas dele ao longo do trilho existente ao redor de todo o topo da cratera (no total de 270metros). Podemos descer mesmo até junto ao lago, por um trilho demarcado, dando-nos a hipótese de confirmar aquilo que já tinhamos desconfiado ao longo dos 57 metros da cratera: o lago estava completamente congelado. Óbvio que não arriscámos caminhar sobre o lago, mas foi engraçado pensarmos que ali em baixo, algures em 1987 (ano em que o Marco nasceu) a Bjork (famosa cantora islandesa), deu um concerto.
Seguindo caminho no “Círculo Dourado”, partimos em direção a Reiquejavique quando nos deparamos com uma mudança meteorológica abrupta, começando a nevar pequenos flocos de neve.
São impressionantes as mudanças de estado do tempo a que podemos assistir no mesmo dia aqui. A juntar ao ânimo de estarmos a ver nevar pela primeira vez na Islândia, reparamos num terreno com pequenas fumarolas vulcânicas após a localidade de Selfoss (coordenadas GPS – Latitude 64.01953811722121; Longitude 21.399255914725472). A curiosidade venceu-nos e parámos também aí para admirar estas pequenas maravilhas naturais, que preencheram ainda mais o nosso dia.
Dicas extra:
- Sendo o “Círculo Dourado” um dos circuitos mais turísticos da Islândia, é natural encontrarem muitos turistas, notando-se ainda mais no tráfego de carros ligeiros e autocarros nos diversos locais. Posto isto, se optarem por fazer este circuito por vossa conta, o ideal é mesmo partir cedo e aproveitar o dia ao máximo, sendo que é provável que ao final do dia (a partir das 18:00/19:00) possa diminuir também o fluxo de visitantes por ser a altura em que se concluem as excursões;
- Havendo vários momentos em que temos de percorrer vários trilhos para alcançar todos os locais dignos de visita, é essencial que levem calçado apropriado e confortável para o efeito. Não se esqueçam também que as condições climatéricas podem variar de forma abrupta, por isso levem sempre chapéus de chuva ou impermeáveis no carro, para o caso de ser necessário.
- Se optarem fazer este circuito que apresentámos, podem muito bem fazê-lo ao longo de um dia e voltar a Reiquejavique. Dizemos isto porque é possível encontrar alojamentos mais baratos nos arredores de Reiquejavique do que propriamente ao longo do “Círculo Dourado”.
- Ao longo do trajecto vamos encontrando várias cercas com simpáticos cavalos, que parecem pousar para as fotografias. Vale a pena fazer uma paragem e “conviver” com os simpáticos animais que parecem estar acostumados às visitas e vêm ao nosso encontro, como que para nos receber!
Que saudades deste paraíso! Vocês já apanharam tudo com umas tonalidades diferentes das que eu apanhei (fui em pleno Verão quando estava tudo verde), mas acho mesmo que qualquer cor assenta bem a este país 🙂
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É verdade, qualquer que seja o tom, fica bem na envolvência deste país. Adorámos!!
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