O norte da Islândia, menos povoado e com menor participação nos roteiros turísticos que muitas vezes encontramos, tem recantos maravilhosos que nos deixaram deslumbrados. Penínsulas com vistas inesquecíveis e vida selvagem em todo o seu esplendor, contacto com as antigas tradições islandesas como na quinta de Glaumbær, cidades como Akureyri e Blönduós, o Lago de Mývatn assim como as fantásticas Goðafoss e Detifoss são locais de paragem obrigatória.
Antes de partirmos nesta sugestão de aventura pelo norte da Islândia convém relembrar que todo o trajecto que aqui falamos tem uma extensão de aproximadamente 350km só ida, começando na Península Vatnsnes e concluindo na Detifoss. Se partirem de Reykjavík, já falamos de 600km para realizar este roteiro, só de ida, até à Detifoss. Para fazer esta zona, se partirem da capital, aconselhamos pelo menos 5/6 dias, sendo 1 dia para o trajecto até à Peninsula de Vatnsnes e Blönduos; 1 dia para Blönduós, Glaumbær e Akureyri; 1 dia para passar pela Goðafoss e Mývatn; 1 dia para Mývatn e Detifoss. Convém contar com um dia de regresso à capital, se for o caso, sendo uma viagem longa e desgastante, cuja duração pode variar consoante as condições climatéricas. Sinceramente não aconselhamos que façam apenas o trajecto de ida até à Detifoss e o regresso até Reykjavík, sendo que o ideal seria fazer um circuito e continuar da Detifoss para Este em direção aos Eastfjords e daí para Sul percorrendo toda a Ring Road.
A península Vatnsnes
A paragem nesta península foi um feliz acaso. Conhecida como sendo um santuário da vida animal, é também aqui que encontramos o maior e mais acessível santuário de focas da Islândia. Infelizmente não conseguimos encontrar nenhuma, mas as paisagens valeram bem o desvio, numa estrada nem sempre alcatroada mas que era bastante acessível a qualquer viatura.
Blönduós
Esta pequena cidade tem pouco mais de 800 habitantes e não é propriamente uma atração turística, mas acaba por ser um ponto estratégico para ficar quando se viaja pela Ring Road num circuito pela Islândia. Vale a pena fazermos um pequeno passeio à beira mar, dado esta ser uma cidade costeira, apresentando uma mistura de paisagens inesquecível. Aqui podemos atravessar também o rio Blanda, um dos maiores da Islândia, com mais de 125km de extensão, bem como assistir a magníficas auroras boreais como tivemos hipótese de ver. Para mais informações sobre esta cidade e o que tem para nos oferecer, assim como outras dicas, consultem o nosso post sobre Blönduós.
Glaumbær farm
Esta quinta muito característica fica a norte da localidade de Varmahlið (coordenadas 65°36´31´N, 19°29´59´W), tem pequenas casas revestidas de musgo, relembrando as antigas casas islandesas. As que estão recuperadas datam já do século 18, sendo a igreja o edifício mais recente aqui edificado, já em 1926. É agora uma área protegida da Islândia, tendo aqui um museu onde se pode visitar o interior das casas, ainda mantidas no seu estado original, procurando dar uma impressão aos visitantes sobre como viveram os islandeses nesta zona nos séculos 18 e 19. Para mais informações de preços e horários de visitas a este local, consultem o site da Glaumbær farm.
Akureyri
Akureyri é a 2ª maior cidade da Islândia, também conhecida como a capital do norte do país e dista perto de 5 horas de carro de Reikjavik. É uma cidade acolhedora, a fazer juz a um ar tipicamente nórdico muito característico, que serve muitas vezes como “rampa” para visitar a área de Mývatn ou a Goðafoss. Um dos pontos de interesse desta cidade é a Akureyrakirkja, uma igreja luterana com um design muito particular como, aliás, se consegue observar em cada uma das igrejas que se encontram por este país. Para saberem mais sobre esta cidade, com mais dicas e sugestões, visitem o nosso post sobre Akureyri.

A cascata Goðafoss
Esta é uma das cascatas mais impressionantes da Islândia (coordenadas N65°40’58.154″, W17°32’58.487″). O seu nome traduzido significa “a cascata dos deuses”, numa referência ao que aqui ocorreu por volta do ano 1000, quando o Cristianismo foi declarado como a religião oficial do país e aqui foram lançadas as estátuas dos deuses pagãos. Neste ponto, as águas do rio Skjálfandafljót caem de uma altura de 12 metros, por uma extensão de 30 metros, fazendo este efeito único. É um ponto mais turístico, distando pouco mais de 50km de Akureyri e 45km de Mývatn, tendo estacionamento disponível e gratuito para a visita.
O Lago de Mývatn e toda a área circundante
Esta zona mais parece saída de sonhos. Com 36,5 km², é o quarto maior lago da Islândia, constituindo uma reserva natural que motiva a visita tanto de turistas como de locais. Foi definitivamente um dos nossos pontos preferidos deste país, com uma grandeza natural “demasiado” concentrada, com o seu lago, grutas (como a Grjotagja), campos de lava (Námaskrð), vulcões como o Krafla e áreas geotermais para banhos relaxantes à nossa disposição. Simplesmente de sonho!



Para saberem mais sobre esta zona da Islândia, com mais dicas e sugestões, visitem o nosso post sobre Mývatn.
A cascata Detifoss
Esta cascata tem o maior caudal da Europa (500 metros cúbicos de água por segundo), que caem de uns impressionantes 45 metros de altura por 100 de largura. A aproximadamente 78km de Mývatn (coordenadas N65° 48′ 53.801″ W16° 22′ 59.766″), é acessível Ring Road apanhando a estrada 864, nem sempre aberta e acessível devido às condições climatéricas. Ainda apanhámos um nevão para lá chegar, mas depois de muita insistência e uma caminhada pela neve de 2 km para cada lado, conseguimos vê-la de mais perto e ficámos deslumbrados. Existem diversos trilhos nesta zona, que não conseguimos fazer nem explorar devido às condições climatéricas que se faziam sentir, mas aconselhamos sem dúvida a visita.
Onde ficar:
Em momentos diferentes e consoante o que se pretenda, aconselhamos paragens para pernoitar em Blönduós, Akureyri e Mývatn.
Em Blönduós, as opções de alojamentos não são muitas, pelo que optámos por ficar alojados no Hotel Blanda (70€/noite com pequeno almoço incluído), onde tivemos direito a upgrade para quarto superior com vista para o mar. É isso mesmo, este hotel apesar de ser algo antigo e a necessitar de melhoramentos, encontra-se à beira mar (junto à “igreja velha” de Blönduós), num espaço privilegiado para irmos verificando se temos auroras no horizonte, não fosse o restaurante/bar do hotel todo envidraçado e virado para o mar. Uma das melhores partes na noite em que vimos as auroras foi que pudemos ver tudo perto do hotel, podendo depois regressar ao hall para nos aquecermos e onde tínhamos café quente, chás e biscoitos variados à nossa espera, oferta do hotel.
Em Akureyri, recomendamos o Hotel Kjarnalundur. Retirado do centro da cidade, facilmente alcançável de carro e com uma vista muito agradável para o rio Glerá. Com staff muito prestável e solicito, é extremamente confortável, com óptimas condições e mais importante do que tudo o resto: tinha pequeno almoço buffet incluído e bastante bem apetrechado. Ficou em 75€/noite o quarto de casal.
Em Mývatn aconselhamos o Fosshotel Mývatn. Um hotel maravilhoso, integrante de uma cadeia de hotéis na Islândia, com óptimas condições e comodidades. O staff era muito prestável e no lobby e restaurante tínhamos acesso a uma enorme vitrine com vista para o lago Mývatn e para o Monte Hverfjall. Uma noite para duas pessoas fica aproximadamente em 70€ (dependendo da época do ano), com pequeno almoço incluído na área do restaurante, com direito à magnífica vista descrita acima!
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