Partir em viagem com um circuito pela Ring Road da Islândia era algo há muito desejado, que acabámos por realizar durante 11 dias, entre 30 de Março e 10 de Abril de 2018. O que vos apresentamos de seguida são algumas considerações antes de partir e alguns detalhes diários que possam ajudar quem eventualmente queira partir numa aventura deste género. Esta foi, sem dúvida, uma viagem marcante para nós que aconselhamos vivamente aos amantes de natureza.
Breves considerações antes de partir
Antes de partir nesta aventura, temos alguns pontos que consideramos importantes de ter em conta. São eles:
– Documentação: Apesar da Islândia não pertencer à União Europeia, pertence ao Espaço Económico Europeu, levando a que qualquer cidadão de países da zona Euro possam entrar apenas com o cartão de identificação nacional. O mesmo acontece com o Cartão de Saúde Europeu (aplicável na Islândia), que também nos deve acompanhar nesta viagem, ainda mais se considerarmos que é gratuito e se pode pedir online com entrega em casa.
– Aluguer de automóvel: O aluguer que fizemos foi directamente através da empresa “FireFly“. Apesar de à chegada ao aeroporto não ter sido intuitivo dado não terem balcão no local, percebemos que é uma low cost da “Hertz”. Indicaram-nos que tinham funcionários a fazer a ligação (gratuita) entre o aeroporto e a base da “Firefly”, o que aconteceu tanto para o levantamento como para a entrega do carro. Os valores foram muito apetecíveis, a rondar os 30€/dia, tendo nós optado por um carro normal (Hiunday I30) e importa referir que todos os carros vêm com pneus de inverno, não recorrendo a correntes. O que nos foram passando foi que, para esta época do ano, esta solução é a ideal, não necessitando de aumentar exponencialmente os gastos com o aluguer de um 4 x 4.
– Seguro do automóvel: Neste capítulo optámos, por sugestão de por quem já lá tinha passado, a fazer um seguro de quebra de vidros. Acreditem, foi essencial. Por muito cuidado que tenhamos, com o tipo de pavimento e os pneus, existem imensas pedras a serem projectadas para o nosso vidro, que podem vir a dar problemas. Rondou os 40€ e foi um descanso durante a viagem. Recomendamos!!
– Condução na Islândia: Os islandeses têm uma condução segura e regrada, pelo que é bastante fácil conduzir lá. Devemos ter cuidados redobrados com neve e gelo existentes com muita frequência na estrada, que nos obrigam a realizar uma condução mais defensiva por precaução. Pelo feedback que fomos recebendo de outros viajantes, devemos ter o máximo de cuidado com as regras da estrada, nomeadamente no cumprimento dos limites de velocidade. Não encontrámos polícias durante a condução, mas dizem que são bastante rígidos com as regras da estrada, por isso convém não facilitar.
– Estradas na Islândia: No geral, apesar das condições atmosféricas adversas, as estradas na Islândia são muito boas. A maior e mais conhecida é a Ring Road (Nacional 1 – N1), que circunda toda a ilha e foi a que usámos maioritariamente durante a viagem. Tendo em conta que já estávamos fora do Inverno, os acessos eram na sua maioria adequados. Quando nevava, os limpa neves passavam com muita frequência, reduzindo as eventuais dificuldades nos acessos que daí poderiam advir. Ainda assim, existe um site (http://www.road.is/) que permite acesso praticamente em directo a webcams para conseguirmos ter acesso às condições de cada estrada, em tempo real.
– Combustíveis: Os preços dos combustíveis na Islândia não diferem muito dos preços praticados em Portugal. É frequente encontramos vários postos de abastecimento ao longo da Ring Road, a maioria em self service, que funcionam de forma muito intuitiva através da utilização de cartões multibanco.
– Moeda: Na Islândia, a moeda é a Coroa Islandesa (ISK), onde 1€ corresponde aproximadamente a 140ISK. Como dissemos acima, pertencendo ao Espaço Económico Europeu, as taxas são mínimas ou inexistentes na utilização dos cartões de débito (não acontecendo tanto com os de crédito), pelo que aconselhamos a confirmarem estas situações previamente com os vossos bancos.
– Sugestões de alojamento: Todas as sugestões que fazemos relativamente aos alojamentos refere-se às experiências que tivemos, sendo que tentamos dar um feedback fidedigno que ilustre efetivamente com o que sentimos. Optámos por escolher sempre que possível alojamentos com pequeno almoço incluído, dado o preço excessivo de todos os produtos. Todas as reservas que fizemos foram através do Booking, sem qualquer problema. Estes pormenores encontram-se nos posts que fizemos relativamente às localidades visitas, com links ao longo deste texto.
– Alimentação: Comparativamente com o Portugal, o custo de vida na Islândia é muito superior. Posto isto, optámos a maior parte das vezes por comprar em supermercado e improvisar as refeições. Esta solução acabou por não ser má de todo, dado que demos por nós a almoçar onde bem queríamos, por vezes com paisagens inesquecíveis, à hora que entendíamos. Neste sentido recomendamos o supermercado Bónus, que consegue ter os melhores preços;
– Segurança: Não é por acaso que é considerado o país mais seguro do mundo. Definitivamente o local mais tranquilo por onde passámos até agora.
– Outras informações: Aconselhamos sempre a que obtenham estas ou outras informações em relação a cada país que pretendem visitar na área de “Conselhos aos viajantes” no Portal das Comunidades Portuguesas.
⇒ Dia 1 – Reykjavík
Chegámos à Islândia ao início de uma tarde soalheira de sexta feira. Deparamo-nos com um aeroporto pequeno, repleto de pessoas estrangeiras que, tal como nós, certamente vêm fascinadas com o que vão vendo, lendo e ouvindo falar sobre os encantos deste país. Após levantar as malas e sermos levados pelos funcionários da empresa de rent a car até à base, partimos de Kevlafik (onde fica o aeroporto para os voos internacionais) em direção a Reykjavík. A distância entre estes dois pontos são pouco mais de 50km, mas toda a paisagem que fomos encontrando no trajecto deixava-nos já maravilhados com o que estava para vir.
Chegamos a Reykjavík ao final do dia, não dando para absorver tanto quanto gostaríamos. Mas nada que nos deixasse preocupados, pois já contávamos com isso e guardámos o último dia desta road trip especificamente para percorrer e saber mais sobre a capital da Islândia. Algo que tentámos visitar ainda antes do anoitecer foi a igreja principal: Hallgrimskirkja. E conseguimos! Do alto dos seus 73 metros de altura, é visível de boa parte da cidade, sendo o edifício mais alto do país.
Depois disto, restou pararmos na famosa Noodle Station para jantar, onde se consegue fazer uma refeição de noodles com preços mais convidativos para a nossa carteira (12-15€ por pessoa). O resto da cidade, ficou para outro dia.



Para informação mais detalhada em relação a alojamentos, restaurantes e pontos de interesse, consultem o nosso post sobre Reykjavík.
⇒ Dia 2 – O Círculo Dourado (Golden Circle)
Reservámos o 2º dia desta road trip para visitar aquele que é dos pontos turísticos mais conhecidos da Islândia. Saímos cedo de forma a fugirmos às horas de maior fluxo turístico, mais uma vez com um sol radiante, em busca dos três principais pontos de interesse deste círculo: o Parque Nacional de þingvellir, a área geotermal com o famoso Geysir e a cascata Gulfoss. Num circuito com extensão circular de quase 300 km de estrada que nos mostram paisagens de tirar o fôlego, percorremos pontos inesquecíveis, com paisagens fantásticas, que nos levou a entender mais sobre a história e o património deste país. Existem várias empresas a realizar este circuito turístico, sendo que no nosso caso optámos mesmo por realizar o trajecto no carro alugado, com toda a independência inerente, podendo fazer tudo ao nosso ritmo. Ao final do dia, regressámos a Reykjavík, onde voltámos a pernoitar.



Para informação mais detalhada em relação a estes pontos de interesse, com outros pontos imperdíveis neste circuito, consultem o nosso post sobre o Círculo Dourado.
⇒ Dia 3 – Península de Snæfellsnes
Começando uma vez mais o dia bem cedo, partimos para percorrer os 160km que distanciam Reykjavík da Península de Snæfellsnes. Aquele que começava por ser mais um dia de sol, foi dando lugar a um forte nevão com que fomos brindados à chegada. Com cuidados redobrados, foram condições que não nos deixaram usufruir tanto como queríamos desta zona que é por si só um Parque Natural (dizem que neste península se encontra uma “mini Islândia”), com locais únicos como a praia de Ytri-Tunga, o glaciar de Snæfellsjökull, o Kirkjufell e campos extensos de lava. O nosso objectivo aqui era pernoitar em Olafsvík e foi aqui que acabámos por recolher e fugir ao nevão que se fazia sentir, naquele que foi um domingo de Páscoa completamente diferente.



Para informação mais detalhada em relação a alojamento, pontos de interesse e outros pontos imperdíveis nesta península, consultem o nosso post sobre a Península de Snæfellsnes.
⇒ Dia 4 – Península de Snæfellsnes, Península Vatnsnes e Blönduós
Saímos cedo de Olafsvík e tínhamos como objectivo chegar a Blönduós, onde íamos pernoitar. Contávamos fazer diversas paragens pelo meio, mas voltámos a ser atacados por tempestade de neve à saída da península de Snæfellsnes, o que juntamente com o facto de termos de fazer compras no supermercado, nos obrigou a parar umas horas na cidade de Stykkishólmur. Esta cidade foi um feliz acaso… Cidade acolhedora e pouco maior que Olafsvík, ficámos encantados com um farol vermelho (Sugándisey) que se destacava no cimo de um monte branco, à beira mar, com vista para os Westfjords.

Quando o tempo começou finalmente a dar tréguas, seguimos para nordeste. Também um pouco também sem fazer conta, parámos na Península Vatnsnes, um santuário da vida animal e o maior e mais acessível santuário de focas da Islândia. Infelizmente não encontrámos nenhuma, mas encontrámos vários cavalos selvagens simpáticos, numa envolvência que por si só valeu bem a pena o desvio.

Chegados a Blönduós, deparamo-nos com uma pequena cidade, com pouco mais de 800 habitantes, mas que se revela um ponto estratégico para quem (como nós) planeia percorrer a Ring Road. Permite agradáveis passeios à beira mar, belos pores do sol e, se o tempo permitir, é um local propício para assistir a auroras boreais (tivemos essa sorte).


Para informação mais detalhada em relação a alojamento e outros pontos imperdíveis nestes locais, consultem os nossos posts sobre a Península de Snæfellsnes, Blönduós e o Norte da Islândia.
⇒ Dia 5 – Glaumbær e Akureyri
Após uma noite intensa, com poucas horas dormidas tal era o ânimo por termos conseguido ver auroras boreais pela primeira vez, partimos em direção a Akureyri, a 2ª maior cidade do país e considerada a “capital do norte”. Pelo caminho tínhamos a intenção de parar em Glaumbær (coordenadas 65º36’31’N, 19º29’59’W), uma quinta que mantém o charme de antigamente das casas islandesas, revestidas de musgo. Tem um museu explicativo e várias casas recuperadas, que datam do século 18 e 19, numa envolvência de paisagem fantástica.
Daqui seguimos então para Akureyri. Encontramos uma cidade, uma vez mais, muito acolhedora, com ar tipicamente nórdico que nos brinca com mais um nevão à chegada. Vagueámos simplesmente pela cidade, percorrendo as ruas ainda repletas de gelo de um nevão recente, mas que com isso tinham ainda mais charme. Muita gente que aqui pára aproveita a oferta que esta cidade tem, servindo também de ponto de partida para visitar áreas próximas e de grande interesse como é o caso de Myvatn ou a Goðafoss. Um ponto que se destaca nesta cidade é a igreja, Akureyrakirkja. Definitivamente, uma cidade que vale muito a visita.

Akureyri

Akureyrakirkja
Para informações mais detalhadas em relação a alojamento e outros pontos imperdíveis nestes locais, consultem os nossos posts sobre o Norte da Islândia e Akureyri.
⇒ Dia 6 – Goðafoss e Mývatn
Após um pequeno almoço revigorante, partimos em direção à Goðafoss, que dista pouco mais de 50 km de Akureyri. Esta cascata é uma das mais impressionantes na Islândia, cujo nome traduzido significa a “Cascata dos Deuses”. De uma altura de 12 metros, é impressionante e hipnotizante a força que demonstra. É, sem dúvida, um ponto de paragem obrigatório no norte da Islândia.
O ponto onde queríamos chegar neste dia era Mývatn. Com 36,5 km², este é o 4º maior lago da Islândia, constituindo por si só uma reserva natural, com uma área envolvente inesquecível.

Após circularmos ao redor do lago, era já hora de almoço, tínhamos a sensação de que os nevões tinham dado uma trégua. Partimos assim em direção a Námaskarð, uma área geotermal, com campos de lava ao redor. As cores são simplesmente surreais, dando a sensação que estamos num planeta nosso vizinho, em que as cores vermelhas imperam. Mas não se deixem enganar, ao percorrermos esta zona devemos apenas limitar-nos às áreas marcadas, devido à instabilidade destes solos.


Daqui ainda pensámos seguir para a Detifoss, que distava uns 50km do local onde nos encontrávamos. Não estávamos era à espera daquilo que tivemos de seguida: um nevão enorme, que quase nos fez ficar bloqueados na neve, totalmente sozinhos a escasso 8 km da cascata. Uma aventura mesmo! Ainda assim, conseguimos sair e voltar a Mývatn, onde recolhemos nos banhos quentes de Mývatn. Os ventos ainda se faziam sentir, com uma intensidade enorme de neve a acompanhar, mas acreditem, foi uma experiência fantástica! O que mais podemos dizer de podermos sentir o contraste do gelo fora de água (que nos congelava inclusivamente o cabelo), com a água em que estávamos mergulhados entre 36º a 40º. Se juntarmos a isto as propriedades únicas destas águas no que toca à pele e no sistema respiratório, digamos que foi uma tarde bem passada que fez esquecer o susto da estrada que dava para a Detifoss.


Neste que já tinha sido, por si só, um dia de emoções fortes, terminou com chave de ouro. Estávamos no quarto do hotel, já depois do jantar, a consultar as previsões de auroras boreais para essa noite. De acordo com as mesmas, tudo indicava que seria uma noite com potencial para o avistamento, ainda que tivéssemos ficado ligeiramente desiludidos, dado que as condições meteorológicas que estiveram neste dia e a hipótese do céu ainda estar nublado poderiam ser um entrave (para saberem mais sobre este tema, consultem o nosso post sobre auroras boreais). Quando olhamos para o céu, vemos que estava limpo, completamente estrelado e, passados uns minutos, vemos um espéctaculo sem igual! As imagens seguintes falam por si:
Para informações mais detalhadas em relação a alojamento e outros pontos imperdíveis nestes locais, consultem os nossos posts sobre Mývatn e o Norte da Islândia.
⇒ Dia 7 – Área de Mývatn e Detifoss
O dia começava soalheiro, dando-nos as condições ideais para mais um dia para explorarmos outros pontos de Mývatn e arredores. Optámos por ficar duas noites no mesmo hotel aqui, tantos eram os locais que queríamos tentar visitar. O primeiro deste dia foi o Monte Hverfjall, um vulto que nos acompanhou constantemente no horizonte enquanto circulávamos ao redor de Mývatn.

Este monte, com 420 metros de altura, tem trilhos que permitem subir ao seu topo e foi exactamente isso que fizemos. Foi uma aventura, mas conseguimos subir completamente sozinhos, até ao topo, para sentirmos um silêncio único, daqueles que parecem preencher-nos a alma com toda a envolvência que ali encontrámos.

Depois desta experiência, descemos e partimos de carro em direção à gruta de Grjotagja. Esta gruta, que ficou ainda mais conhecido por ter aparecido nas filmagens da famosa série “Game of Thrones”, foi em tempos uma área para banhos termais. Neste momento pode apenas ser visitada, pertencendo a privados que permitem a visita gratuita, estando os banhos interditos. Mas as cores da água que conseguimos no interior são fantásticas! Vale definitivamente a visita.

Daqui partimos para o Vulcão Krafla e a cratera Viti. Os acessos são óptimos e passamos por várias centrais termoelétricas pelo caminho. Ao estacionarmos, à beira da estrada, encontramos um caminho de pegadas marcadas na neve, que nos leva até aos locais que queríamos, o topo do Krafla. Deparamo-nos com uma cratera de 10km de diâmetro e 2km de profundidade, completamente congelada, cujo nome (Viti), significa “Inferno”, um pouco referindo aquilo que tem provocado aos locais, com a última erupção a ser registada em 1984, tendo durado 9 anos.

Como somos teimosos, tínhamos de voltar à cascata Detifoss, desta vez para conseguirmos chegar mesmo ao local e não sermos bloqueados por uma tempestade de neve. Desta vez o tempo deu-nos uma trégua e lá conseguimos chegar. Após uma caminhada de aproximadamente 2km (com o trilho devidamente marcado, mesmo com neve como era o caso) lá vislumbrámos a cascata que dizem ter o maior caudal de água da Europa, 500 metros cúbicos de água por segundo! Do alto dos seus 45metros de altura por 100metros de largura, tem um poder imenso e vale a pena parar uns momentos a observar aqui todo o poder da natureza.

Para informações mais detalhadas em relação a alojamento e outros pontos imperdíveis nestes locais, consultem os nossos posts sobre Mývatn e o Norte da Islândia.
⇒ Dia 8 – Eastfjords
Partindo de Mývatn, contávamos neste dia percorrer os Eastfjords, onde iriamos pernoitar perto de Hofn. Pelo caminho, almoçámos na Pans & Company, na cidade de Eggilstaðir, que ficava ao lado de um surpermercado no qual também aproveitámos para reabastecer.
Os Eastfjords são uma extensão de aproximadamente 120km de costa, na costa Este da Islândia, onde dizem viver apenas 3% da população total do país. Local de vastos santuários animais e de costas com paisagens de cortar a respiração, que nos fizeram ter de parar por várias vezes de forma a fotografar cada pormenor.
Um dos vários pormenores que achámos interessantes nesta região foi o Búlandstindur, uma montanha em forma de pirâmide que de acordo com as lendas locais, tem propriedades místicas, concedendo desejos a quem ali for durante o solstício de Verão. Não era o nosso caso, mas mesmo assim arriscámos!

Após mais um dia de sensações únicas e paisagens inesquecíveis, chegamos finalmente a Hofn, já com vista para o glaciar Vatnajökull. Para saberem mais pormenores e pontos imperdíveis nesta zona, consultem o nosso post sobre os Eastfjords.
⇒ Dia 9 – Jökulsárlon, Skaftafell e Vík
Tínhamos pela frente mais um dia soalheiro, neste ponto começámos a convencer-nos que o mau tempo que tínhamos apanhado no norte já tinha definitivamente ficado para trás. O primeiro ponto de paragem neste dia era Jökulsárlon, uma lagoa de icebergues que se encontram com o mar para formar a famosa “Diamond Beach“. O grande responsável pelas mais variadas formas de água que aqui encontramos é o glaciar Vatnajökull, proporcionando-nos um espectáculo maravilhoso.

Seguindo encontrámos a famosa “Diamond Beach”, onde estes icebergues se encontram com o mar e são arrastados pela ondulação para uma praia de areia preta. O resultado é lindíssimo!

Destes locais partimos para o Parque de Skaftafell. Integrado no Parque Nacional Vatnajökull (o maior parque natural da Europa com 12 000km²), é também um ponto a não perder. Os trilhos existentes são variados, com vários graus de dificuldade devidamente explicados para que possamos decidir quais aqueles que mais nos interessam. Optámos pelo trilho S2, que num percurso de aproximadamente passava pela cascata Svartifoss. Esta cascata tem nas colunas de basalto envolventes um dos factores de maior destaque e que mais a distinguem de todas as restantes, formando um ambiente único.

Considerando os nevões que se tinham feito sentir nos últimos dias, o trilho encontrava-se encerrado da cascata em diante, por questões de segurança. O dia ia ainda a meio e acabámos por regressar e partir em direção a oeste, contando pernoitar na localidade de Kirkjubæjarklaustur, com preços muito mais convidativos que em Vík. Fizemos o check in e, qual não é o nosso espanto, quando temos um simpático jovem português chamado Francisco a receber-nos, por acaso. Sugeriu-nos aproveitarmos o resto do dia ainda em Vík (70km a oeste), jantar por lá e voltarmos à noite. Como tínhamos ainda mais de meio dia para explorar, decidimos aceitar a dica e antecipar alguns dos planos que tínhamos para o dia seguinte, aproveitando o fantástico dia de sol que tínhamos.
Assim, arrancámos então em direção a a Vík e Reynisfjara. Vík é uma cidade com pouco mais de 300 habitantes, com vários restaurantes, supermercados e postos de combustível. Tem na sua igreja a sua imagem mais característica, que da encosta onde se encontra permite vislumbrar Reynisfjara.

Reynisfjara é uma praia já utilizada para filmagens de vários sucessos de Hollywood e séries famosas, tendo no contraste da sua areia preta, das suas colunas de basalto que parecem cirurgicamente cortadas e do azul do mar, o seu elemento mais único. Vale a pena caminhar à beira mar (cuidado com a ondulação, que pode ser perigosa!) e apreciar todos os pormenores que esta praia nos transmite.


Aproveitando o pôr do sol, fomos ainda a um ponto que se tem tornado cada vez mais turístico, um pouco por acaso: os destroços de um avião da US Navy que se encontram numa praia de areia preta ao lado de Vík. Por ser já quase pôr do sol, conseguimos apanhar o local quase sem turistas e após uma caminhada de aproximadamente 45 minutos em gravilha após deixarmos o carro num estacionamento à beira da Ring Road (coordenadas GPS: 63º27,545’N; 19º21,890’W), lá encontramos os destroços. Uma experiência inesquecível.
Acabámos por fazer mais quilómetros do que esperávamos neste dia, mas não nos arrependemos mesmo, dado que conseguimos rentabilizar o dia que estava magnífico. Juntando a isto o facto de termos apanhado o pôr do sol ao visitar pontos turísticos de grande afluência na região de Vík, permitiu que tivéssemos muito menos fluxo de turistas nestas zonas, dando-nos a oportunidade de aproveitar ao máximo cada momento e praticamente sozinhos. Já à noite, regressámos a Kirkjubæjarklaustur com a certeza que tinha sido mais um dia inesquecível.
Para informações mais detalhadas em relação a alojamento e outros pontos imperdíveis nestes locais, consultem os nossos posts sobre o Skaftafell e o Sul da Islândia.
⇒ Dia 10 – Fjaðrárgljúfur, Skogafoss, Seljalandsfoss, Glúfrafoss e Reykjavík
Neste penúltimo dia da nossa road trip, o plano era muito preenchido e ambicioso. Começámos por visitar o Fjaðrárgljúfur, um desfiladeiro que se acredita remontar aos tempos da idade do gelo. Com uma extensão de mais de 2 km e 100 metros de altura, tem também trilhos que permitem percorrer as suas encostas, algo que infelizmente não conseguimos fazer por se encontrarem também fechados por questões de segurança por causa da neve. Para lá chegarmos, temos de fazer um trilho de 1,5km a pé (para cada lado) com piso adequado, a partir de onde deixamos o carro estacionado. Vale a pena a caminhada!

O dia ainda ia a meio e tínhamos mais pontos por onde passar. Seguimos para um dos pontos mais conhecidos e fotografados da Islândia: a Skogafoss. Visível da N1 (Ring Road), esta cascata com 60 metros de altura e 25 metros de largura é um ponto imperdível deste país. Tivemos a sorte de ter o Sol a abrir por entre as nuvens, formando um bonito arco íris, mais uma daquelas experiências que nunca mais se esquecem.

Do lado direito da cascata, temos uma escadaria (enorme), permitindo-nos ver a perspectiva superior da cascata e percorrer trilhos com várias pequenas cascatas formadas pelo rio Skógaa, que vem dos glaciares mais próximos.

Daqui passámos em Seljalandfoss, que fica relativamente perto da anterior. Tinhamos bastante curiosidade, pois tínhamos lido que era das poucas cascatas do Mundo em que podíamos andar atrás da mesma. Para isto ser possível, a neve não pode ser demasiado intensa, pois a escadaria e trilho para lá chegar por não ser muito acessível por razões de segurança. À chegada, ainda na Ring Road, somos recebidos por várias imagens de puffins, que nos recebem. Não resistimos a parar para uma fotografia!

O estacionamento aqui é pago (700 ISK ± 5,70€ dia), dando logo com esta cascata com mais de 50 metros de altura. O melhor foi mesmo termos conseguido chegar à parte de trás da cascata, numa perspectiva única como nunca tínhamos experienciado.


Uma das maiores surpresas foi a cascata seguinte, que encontrámos um pouco por acaso apesar de já termos ouvido falar: a Glúfrafoss. A partir da cascata anterior, vimos várias placas que indicavam um trilho com este nome. Valeu o pequeno percurso que fizemos! Menos povoada que a cascata anterior, encontrámos um pequeno trilho entre pedras dentro do rio e da rocha, para chegarmos a uma cascata que caía dentro de uma pequena gruta. Algo único e que não dá para esquecer mais!
Chegamos já à noite a Reykjavík e vamos matar saudades dos noodles, para nos aquecerem do frio que se fazia sentir na rua, juntamente com as emoções fortes de mais um dia fantástico.
Para informação mais detalhada em relação a alojamentos, restaurante e pontos de interesse, consultem os nossos posts sobre Reykjavík e o Sul da Islândia.
⇒ Dia 11 – Reykjavík
Tínhamos reservado este último dia na Islândia para dedicar à capital o tempo devido, dado o primeiro dia ter sido uma visita rápida e que não permitiu conhecer tanto como queríamos.
Começámos por um passeio à beira mar, encontrando o chamado Sun Voyager. Este monumento, que dizem assemelhar-se a uma barco viking, dizem também ser um barco que simboliza os nossos sonhos e a luz. A perspetiva que nos dá do Monte Esja torna este espaço ainda mais inesquecível.

Aqui perto, ainda na marginal, temos um dos edifícios mais conhecidos da capital islandesa, a Harpa. Este centro de congressos e de espectáculos, tem uma arquitectura muito própria, que não nos deixa indiferentes. Podemos conhecer o seu interior gratuitamente, existindo aí diferentes espaços comerciais.
Daqui seguimos para o AlÞingi, o edifício que facilmente passaria desconhecido mas que é o herdeiro do parlamento mais antigo do mundo. Um edifício escuro, nada imponente, mas carregado de história.

Daqui seguimos para a Laugavegur, a rua mais comercial e conhecida da capital. As várias lojas e bares, extremamente acolhedoras, são uma perdição onde podemos encontrar várias recordações para mais tarde recordar.
Vale a pena irmos a estes bares nas chamadas Happy Hours, em que encontramos preços mais apetecíveis para brindarmos em finais de dia únicos.
Concluímos este dia no Base Hotel (perto de Keflavik, pois tínhamos voo na madrugada seguinte), mas a sentir que este país ainda tem muito mais para oferecer do que conseguimos ver ao longo destes dias inesquecíveis.
Para informação mais detalhada em relação a alojamentos, restaurante e pontos de interesse, consultem o nosso post sobre Reykjavík.
Curiosidades da viagem
– Durante esta viagem, percorremos mais de 2900Km de carro. Parece muito para tão pouco tempo, mas cada paisagem que encontrámos fez valer MUITO a pena.
– Nesta viagem, fizemos também o ponto mais a norte do globo terreste até agora, muito próximo do círculo polar ártico. Este foi atingido quando visitámos a Detifoss, no norte da Islândia.
Dicas extra
– Um pouco por acaso tivemos conhecimento do mapa International Photographer. Este projecto tem criado mapas de diversos países, com pontos a não perder, com referência aos locais mais fotografáveis. Nós adquirimos o mapa da Islândia e foi uma grande mais valia para encontrarmos diversos pontos durante a road trip, que de outra forma poderiam ter passado despercebidos. Para saberem mais, visitem o site do International Photographer.
– Mais uma vez, a aplicação maps.me foi uma companhia constante para esta viagem. Fizemos o download prévio dos mapas (para podermos usar offline) e serviu perfeitamente como GPS durante a viagem;
– Existem diferentes apps que permitem ver a evolução das auroras boreais e as previsões/locais mais prováveis para as ver. Para saberem mais sobre este tema, consultem o nosso post sobre Auroras Boreais.
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